E se o homem mais famoso do mundo tivesse uma esposa, como ela seria?
Essa história é sobre ela, mas também, é sobre todas as mulheres. Uma inspiração além do tempo para que as histórias caladas jamais se percam.
Quem foi Ana e o que ela fez, é o fruto de um trabalho riquíssimo em detalhes, com contexto histórico muito bem descrito neste livro da autora Sue Monk Kidd, cujo trabalho de 5 anos de pesquisa, traz uma aventura que gira em torno de Ana, uma mulher inteligente e destemida que busca realizar seus sonhos mais profundos em uma época em que as mulheres não tem essa permissão.
ANA E A ESCRITA
Aos 14 anos, Ana pede a Deus: “Abençoe a grandeza dentro de mim, não importa o quanto eu a tema”. Curiosa e obstinada, Ana lê e escreve em quatro idiomas. Ela questiona e resiste a tudo o que lhe parece injusto.
Ela cultiva sonhos considerados ambiciosos demais para uma mulher: ela deseja estudar e escrever para dar voz àquelas que foram silenciadas, tanto as mulheres esquecidas do Velho Testamento quanto às que estão ao seu redor.
A história de Ana começa na Galileia no século I, como filha do chefe dos escribas, ou seja, ela pertence à uma família rica, que tem laços fortíssimos com o rei Herodes Antipas.
O pai dela, vendo que ela já estava quase entrando na vida adulta, a leva até o mercado da cidade e a negocia com um viúvo já idoso, chamado Natanael, que já tem 2 filhas e precisa ter um herdeiro, para que Ana seja sua esposa. Em troca, é claro, ele ganharia uma parte da produção em suas terras.
Quando Ana é informada do acordo de seu pai, ela fica furiosa e se nega a ser uma mulher subserviente. Ela fica tão nervosa com a situação que sai aos tropeços e acaba caindo no chão, mas é amparada por um jovem bonito, chamado Jesus.
Nesse momento, os dois se conhecem por um momento, que logo acaba porque um soldado surge e dispara em direção ao jovem e o leva para longe. Como Ana pertence a uma família rica, não é comum que pessoas mais pobres se aproximem dela.
Ana passa seus dias pensando no jovem que conheceu no mercado. Da mesma forma que passa dias tentando arranjar algum meio de fugir do casamento com Natanael. Ela é amparada por Yalta, que é irmã de seu pai, e que sempre lhe aconselha. Na verdade, Yalta age mais como se fosse mais mãe de Ana, do que a própria mãe dela.
O medo de Ana com o casamento, é que ela seja impedida de escrever seus relatos. É por meio deles que ela consegue dar vozes às histórias que conhece, através de tinta e papiro. Quando se casar, certamente será proibida de escrever, já que a escrita é praticamente negada às mulheres.
Depois de muitas tentativas fracassadas de se opor ao casamento, ela e sua tia têm uma ideia. Ana aceitará se casar sob a condição de levar a tia para morar em sua nova casa. E todos os pergaminhos escritos serão enterrados em um lugar secreto para que um dia, Ana possa resgatá-los.
E assim acontece. O casamento é realizado, mas Ana é intocada por seu marido. Logo após o casamento, uma doença se espalha pela região e o acomete. Mesmo depois de sobreviver à doença, ele vem à falecer. Nesse momento, Ana está livre então para voltar a fazer o que mais amava antes.
ANA, A ESPOSA DE JESUS
De volta à casa de seus pais, ela descobre que não será tão fácil assim. O pai dela faz uma proposta para Herodes Antipas para que ela seja sua segunda esposa.
Ana fica furiosa com a situação e se nega ao casamento. O pai lhe explica que na situação em que ela se encontra, como viúva, não terá muitas opções e deveria ficar feliz em ser a segunda opção do rei.
Ana foge para um passeio e acaba indo parar em uma pedreira. Lá alguém a reconhece e começa a apedrejá-la, mas um defensor surge e a protege do apedrejamento. Era Jesus. Nesse momento ele a clama como sua esposa.
Ele explica que não queria se casar, porque sentia seu chamado. O pai dele havia falecido meses atrás sabendo que o filho não queria casar-se. Mas ali, naquele momento, ele sentiu que deveria se casar com ela. Que Ana entenderia o seus anseios também.
E é então que o sonho dela se concretiza. Finalmente vai poder viver o amor que ela tanto ansiava desde que o conheceu.
Depois do casamento, Ana e Yalta se mudam para a casinha simples de Jesus e sua família. Lá ela aprende muito sobre a simplicidade, mas também que terá que conciliar o seu tempo com tarefas domésticas e com a escrita. Como o papiro é muito caro e as tintas também, ela começa a escrever em pedaços de cerâmicas, para não perder as histórias que tem para contar.
Ana e Jesus partilham um amor que nem sempre se dá pela presença física, mas que é fortalecido pelo reconhecimento da grandeza de suas almas e também, na capacidade de aceitar que os caminhos que vão surgindo no decorrer da história, permite que cada um deles persiga seus próprios anseios.
A AUTORA
SUE MONK KIDD mora perto de Charleston, na Carolina do Sul. Seu primeiro romance, A vida secreta das abelhas, ficou por mais de um ano e meio na lista de mais vendidos do New York Times e foi adaptado para o cinema em 2008.
A cadeira da sereia, seu segundo romance, alcançou a primeira posição na lista de mais vendidos do New York Times, ganhou o prêmio Quill de 2005 para melhor obra de ficção e foi transformado em filme para a TV.
O KIT DA TAG INÉDITOS
O Kit de Março/22 da TAG Inéditos é composto por:
1. Livro com brochura: O projeto gráfico foi assinado pela designer Tereza Bettinardi, que reuniu elementos de elegância, sofisticação e delicadeza para desenvolver o projeto.
O título do livro, grande e centralizado, dialoga com os ornamentos florais nas bordas da capa e com o pantone dourado metalizado, resultando em um projeto gráfico que remete ao feminino e à estética sofisticada e fina de livros antigos para contar a história de Ana, a esposa de Jesus.
2. Box Colecionável;
3. Marcador de Páginas;
4. Revista sobre a obra;
5. Mimo: um bloquinho personalizado, em papel pólen, que todo mundo ama. Ele acompanha uma caneta da TRIS em cor sortida. A capa do bloquinho, além de metalizada, é destacável e colecionável. O mimo foi inspirado na protagonista Ana e na sua ligação com a escrita.
Ao conhecer Ana, nesse breve resumo da história, sabemos que ela é movida por seus anseios, por tinta e papiro, para dar vozes às mulheres que foram silenciadas pela sociedade.
Ana, por ter aprendido a ler e a escrever, uniu armas o suficiente para lidar com determinação com todas as suas provações e registrar a voz que cada mulher teve. E assim, poder dizer que cada uma delas teve uma voz.
Uma história linda, cheia de reviravoltas, de luta e anseios que vão além do tempo. Ana, se fosse real, teria sido a primeira a dar voz a todas as mulheres.
É sobre ela que o livro fala. Sobre todas as mulheres que tiveram seus sonhos contidos, que foram guerreiras e morreram, que sobreviveram, que lutaram, que foram ouvidas. Ana existiu por todas elas.
Para entrar mais ainda nessa experiência, convido você a assistir o vídeo resenha que preparei:
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Eu fico por aqui,
mil beijos literários e até a próxima!
1 comentário em “O LIVRO DOS ANSEIOS – RESENHA”
O livro dos anseios é a narrativa de uma mulher que busca realizar seus sonhos mais profundos. Uma linda história.