Kazuo Ishiguro é um escrito nipo-britânico, nascido em 8 de novembro de 1954, em Nagasaki, no Japão.
Antes de escrever os seus aclamados romances, ainda na década de 1980, Ishiguro publicou contos e artigos em revistas variadas.
Em 2017, ele ganhou o Nobel de Literatura, em virtude da grande força emocional presente em seus romances, e assim revelando o abismo sob o nosso ilusório sentido de conexão com o mundo.
A sua obra foi traduzida em mais de 28 países, para mais de 40 idiomas.
Confira a nossa seleção dos principais títulos que compõem sua obra.
1. VESTÍGIOS DO DIA
Essa foi uma indicação de leitura de Jeff Bezos.
O mordomo Stevens, já próximo da velhice, rememora as três décadas dedicadas à casa de um distinto nobre britânico, lord Darlington, hoje ocupada por um milionário norte-americano. Por insistência do novo patrão, Stevens sai de férias em viagem pelo interior da Inglaterra. O mordomo vai ao encontro de miss Kenton, antiga companheira de trabalho, hoje mrs. Benn.
No caminho, recorda passagens da vida de lord Darlington e reflete sobre o papel dos mordomos na história britânica. Num estilo contido, o narrador-protagonista acaba por revelar aspectos sombrios da trajetória política do ex-patrão, simpatizante do nazismo, ao mesmo tempo que deixa escapar sentimentos pessoais em relação a miss Kenton, reprimidos durante anos.
O romance venceu o Booker Prize de 1989 antes de chegar às telonas com Anthony Hopkins no papel principal.
2. O GIGANTE ENTERRADO
Uma terra marcada por guerras recentes e amaldiçoada por uma misteriosa névoa do esquecimento. Uma população desnorteada diante de ameaças múltiplas. Um casal que parte numa jornada em busca do filho e no caminho terá seu amor posto à prova – será nosso sentimento forte o bastante quando já não há reminiscências da história que nos une?
Épico arturiano, o primeiro romance de Kazuo Ishiguro em uma década envereda pela fantasia e se aproxima do universo de George R. R. Martin e Tolkien, comprovando a capacidade do autor de se reinventar a cada obra. Entre a aventura fantástica e o lirismo, O gigante enterrado fala de alguns dos temas mais caros à humanidade: o amor, a guerra e a memória.
3. NÃO ME ABANDONES JAMAIS
Kathy H. tem 31 anos e está prestes a encerrar sua carreira de “cuidadora”. Enquanto isso, ela relembra o tempo que passou em Hailsham, um internato inglês que dá grande ênfase às atividades artísticas e conta, entre várias outras amenidades, com bosques, um lago povoado de marrecos, uma horta e gramados impecavelmente aparados.
No entanto esse internato idílico esconde uma terrível verdade: todos os “alunos” de Hailsham são clones, produzidos com a única finalidade de servir de peças de reposição. Assim que atingirem a idade adulta, e depois de cumprido um período como cuidadores, todos terão o mesmo destino – doar seus órgãos até “concluir”.
Embora à primeira vista pareça pertencer ao terreno da ficção científica, o livro de Ishiguro lança mão desses “doadores”, em tudo e por tudo idênticos a nós, para falar da existência. Pela voz ingênua e contida de Kathy, somos conduzidos até o terreno pantanoso da solidão e da desilusão onde, vez por outra, nos sentimos prestes a atolar.
4. KLARA E O SOL
Klara, um Amigo Artificial com habilidades de observação impressionantes, estuda com cuidado o comportamento de todos que passam pela vitrine. Do lugar onde foi designada a ficar na loja, ela espera que uma dessas pessoas entre e a escolha como companheira. Contudo, quando surge a possibilidade de sua vida mudar para sempre, Klara é aconselhada a não apostar suas fichas na bondade humana.
Neste novo livro, Kazuo Ishiguro examina o mundo moderno pelos olhos de uma narradora inesquecível. Com uma linguagem única e precisa, ele constrói um romance arrebatador sobre o significado do amor e do cuidado.
5. UM ARTISTA DO MUNDO FLUTUANTE
Masuji Ono, protagonista e narrador deste primoroso romance do vencedor do prêmio Nobel de literatura, é um homem de seu tempo. Pintor de grande renome do Japão antes e durante a Segunda Guerra Mundial, ainda jovem Masuji desafiou o pai para seguir a vocação artística e, durante seu desenvolvimento criativo, lutou contra as amarras da arte tradicional japonesa para dar lugar a uma produção propagandística a serviço de seu país. Usando a influência de que gozava perante as autoridades do governo imperial, Ono buscava ajudar pessoas de bem em situações menos favorecidas do que a sua.
Ambientado nos anos imediatamente após a rendição, o romance descortina a vida de Masuji já aposentado, procurando entender as mudanças vividas pelo país e impressas na mentalidade da geração mais jovem, da qual fazem parte suas duas filhas. Ao procurar entender por que as negociações para o casamento da mais nova delas foram abruptamente interrompidas, o protagonista se vê levado a rememorar sua vida de artista e professor respeitado e a enfrentar a consequência dos próprios atos no destino de seus descendentes.
Retrato comovente de um momento histórico cujos desdobramentos se veem até os dias de hoje, Um artista do mundo flutuante é também um poderoso romance sobre a velhice, a culpa e a passagem do tempo.
QUANDO A ESCRITA DÁ CERTO
Ishiguro queria ser uma estrela do rock, depois se tornou assistente social e só algum tempo depois, ele se voltou para a escrita.
O fato de ter nascido no Japão, mas ter sido criado na Inglaterra, fez com que Ishiguro touxesse essa dualidade para seus livros.
Sua obra é composta por:
- Uma Pálida Visão dos Montes (1982)
- Uma Ceia em Família (1982)
- Um Artista do Mundo Flutuante (1986)
- Os Vestígios do Dia (1989)
- O Inconsolável (1995)
- Quando Éramos Órfãos (2000)
- A Canção Mais Triste do Mundo (2003)
- A Condessa Russa (2005)
- Não Me Abandone Jamais (2005)
- O Gigante Enterrado (2015)
Kazuo Ishiguro recebeu diversos prêmios em sua carreira, entre eles: o “Prêmio Costa Book of The Year” (1986) por Um Artista do Mundo Flutuante, o “Prêmio Booker Prize” (1989) por Os Vestígios do Dia, a “Ordem do Império Britânico” (1995), a “Ordem das Artes e das Letras” (1998) do Ministério da Cultura da França e o “Prêmio Nobel de Literatura”, recebido no dia 5 de outubro de 2017, da Academia Sueca.
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Mil beijos literários,
Até a próxima!