A Literatura Brasileira é o reflexo vivo das mudanças sociais, culturais e políticas que marcaram o Brasil ao longo dos séculos.
Neste artigo, vamos explorar como a literatura brasileira evoluiu, destacar seus principais movimentos e autores, e mostrar por que ela é fundamental para compreender a identidade nacional.
Raízes culturais
A literatura no Brasil começou a se formar ainda na época colonial, fortemente influenciada pela cultura europeia. Os primeiros textos eram, em grande parte, descritivos — relatos de viagens e cartas, como a famosa Carta de Pero Vaz de Caminha.
Mas foi no século XIX que a Literatura Brasileira ganhou corpo e identidade própria, com movimentos como o Romantismo, o Realismo, o Naturalismo e, posteriormente, o Modernismo.
Portanto, cada época trouxe novos olhares e estilos, refletindo as transformações sociais do país: da luta pela independência às questões raciais, passando pela urbanização e os dilemas existenciais da modernidade.
Movimentos literários no Brasil
ROMANTISMO (século XIX)
Caracterizado pelo nacionalismo, idealização do índio e da natureza. Os autores que mais se destacaram nesse período foram José de Alencar e Gonçalves Dias.
REALISMO e NATURALISMO (final do século XIX)
Esses períodos foram caracterizados por um olhar mais crítico e analítico da sociedade. Obras como “Dom Casmurro” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas“, de Machado de Assis e “O Cortiço“, de Aluísio Azevedo, são grandes exemplos.
MODERNISMO (início do século XX)
Com a Semana de Arte Moderna de 1922, nomes como Mário de Andrade e Oswald de Andrade quebraram padrões e buscaram uma identidade literária genuinamente brasileira.
LITERATURA CONTEMPORÂNEA (século XXI)
Hoje, novos autores como Conceição Evaristo, Itamar Vieira Junior e Jarid Arraes exploram temas como diversidade, ancestralidade e marginalidade, ampliando ainda mais as vozes da literatura nacional.
Obras memoráveis
Nessa obra de José de Alencar, a pitiguara Iracema, a ‘virgem dos lábios de mel’, encontra nas florestas da orla cearense o português Martim. Uma espécie de poema em prosa, o conturbado amor proibido mostra o conflito histórico entre tribos indígenas e europeus e revela, com lirismo e aventura, a contradição e o embate entre civilizações.
“Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.” Esta antologia, comemorativa ao bicentenário do poeta maranhense Gonçalves Dias, oferece ao leitor um panorama variado da produção literária do artista, passando da poesia indianista à lírica e satírica, esta última ainda hoje de pouca circulação entre nós.
O Realismo de Machado de Assis através de suas obras: “Memórias Póstumas de Brás Cubas“, “Dom Casmurro” e “Quincas Borba“.
Obras essenciais do escritor Aluísio Azevedo: “O Cortiço“, “O Mulato” e “Casa de Pensão“.
“Capitães da Areia” , a história crua e comovente de meninos pobres que moram num trapiche abandonado em Salvador, é talvez o romance mais influente de Jorge Amado.
Em “Grande Sertão: Veredas“, Guimarães Rosa utiliza da linguagem própria do sertão para que Riobaldo conte sua história.
“O Quinze“, de Rachel de Queiroz , expressa uma questão atual: o duelo entre o homem e a terra . A história da seca nordestina, as expectativas e as angústias que ela provocou são retratadas com simplicidade e força.
Conheça as inovações, o surreal, as lendas e o essencial de Mário de Andrade, em suas diferentes verves, que se misturam e revelam os mais diversos traços de nossa formação cultural, sendo até hoje, anos depois, lido tanto pela sua qualidade como por sua irreverência e pioneirismo.
No box você encontra a obra completa do autor: “Pauliceia desvairada“, “Macunaíma“, “Contos novos” e “Amar, verbo intransitivo“.
Este volume da Coleção Grandes Ideias reúne quatro textos lapidares de Oswald de Andrade: “Manifesto da Poesia Pau Brasil“, “Manifesto Antropófago“, “falação” e “Antologia“.
Em “Vidas secas“, Graciliano Ramos narra a crueldade da seca e a vida miserável que fazem com que uma família de retirantes sertanejos seja obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas do sertão brasileiro nordestino.
“A Hora da Estrela“, é o livro mais surpreendente que Clarice Lispector escreveu, apresentando-nos a datilógrafa Macabéa, com toda a sua ingenuidade e miséria. Uma leitura necessária para refletir sobre os desamparos a que estamos submetidos.
Conceição Evaristo traz a história de Ponciá Vicêncio e descreve os caminhos, as andanças, as marcas, os sonhos e os desencantos da protagonista.
Um texto épico e lírico, realista e mágico que revela, para além de sua trama, um poderoso elemento de insubordinação social. “Torto Arado“, de Itamar Vieira Júnior, é vencedor do Prêmio Leya 2018.
Por que ler literatura brasileira?
São inúmeros os motivos, mas vamos destacar os principais. Através dela, é possível:
1. Compreender melhor a história do país;
2. Conhecer diferentes perspectivas sociais e culturais;
3. Refletir sobre questões universais como amor, morte, desigualdade e esperança;
4. Valorizar a diversidade linguística e cultural do Brasil.
Além disso, a literatura brasileira nos convida a olhar para a realidade com novos olhos.
Literatura brasileira no mundo
Infelizmente, sempre temos a tendência de valorizar a literatura que vem de fora. Mas o mundo também conhece grandes obras da nossa literatura e, se eu fosse você, faria o mesmo.
Machado de Assis, Guimarães Rosa, Jorge Amado e Clarice Lispector são alguns nomes cujas obras foram traduzidas para diversos idiomas e são lidas no mundo todo. Isso demonstra que a nossa literatura é viva, plural e humana.
Academia Brasileira de Letras
Para complementar ainda mais a sua imersão na literatura brasileira, é importante também conhecer um pouco sobre a ABL — Academia Brasileira de Letras — e seu papel cultural. Por isso, convido você a conferir o vídeo que preparamos com muito carinho para você:
Encerro convidando você a explorar um pouquinho mais a literatura brasileira. E mesmo que você já tenha lido alguns dos títulos citados neste artigo, vale a pena reler, pois a cada nova leitura encontramos um livro diferente. Convenhamos: a literatura brasileira sempre tem muito a nos ensinar.
Um abraço literário e até o próximo post.
Que postagem mais legal, Bárbara! É um orgulho para o professor de Português, hahaha! A Literatura Brasileira possui títulos e autores incríveis. E ouso dizer que alguns deles são os meus favoritos, como: Machado de Assis, Aluísio Azevedo, Mário Quintana, Augusto dos Anjos, Clarice Lispector, Rachel de Queiroz…
Que bom saber disso, Guilherme! Obrigada por compartilhar suas preferências literárias. Há tantos nomes importantes nessa lista que faltaria espaço no blog!