Ler Pra Quê?

POR QUE VOCÊ DEVERIA LER EXÍLIO, DE CHRISTINA BAKER KLINE

A história de hoje nos faz embarcar em uma jornada a Londres em 1840, no navio Medeia, junto com milhares de mulheres condenadas ao Exílio na Austrália. Nesse enredo, somos apresentados a três personagem que tem suas vidas entrelaçadas.

Essa narrativa emocionante, best-seller do The New York Times, que a autora Christina Baker Line apresenta em Exílio, uma ficção histórica emocionante  que é fruto de sua grande pesquisa sobre a colonização na Austrália no século XIX.

Evangeline

É uma jovem governanta, que foi seduzida pelo seu empregador e é demitida quando uma das empregadas descobre o roubo de um anel (que na verdade foi dado a ela). Infelizmente, ela perde a cabeça e acaba empurrando a empregada da escada e por pouco, isso não causa a sua morte. 

A partir de então, tudo vira de cabeça para baixo, porque esse acidente acaba por enviá-la para a prisão de Newgate, ao mesmo tempo em que ela descobre que está grávida. Já nessa parte, percebemos as questões de sobrevivência surgirem e debilitarem a vida de Evangeline. 

Alguns meses depois, ela descobre que foi condenada a uma colônia penal na Austrália. E, como se isso não bastasse, ela alimenta a ilusão de que seu amado retorne e impeça que ela tenha esse trágico destino.

Infelizmente, o amado da Evangeline não sabe que ela está grávida e muito menos, retorna a tempo de vê-la partir. Então, ela embarca em uma viagem sem volta para terras desconhecidas, sendo condenada ao Exílio na Austrália. E é nessa viagem que ela conhece a jovem Hazel.

Exílio, de Christina Baker Kline.

Hazel

Ela foi condenada por roubar uma colher de prata. Hazel é filha de uma parteira e além desse conhecimento, também tem habilidades  com o uso de ervas medicinais e acaba ajudando várias mulheres durante o trajeto. Há muitos episódios com agressões às mulheres e abuso sexual, por isso, muitas delas engravidam durante o trajeto e outras até morrem por não suportarem as condições extremas de sobrevivência.

Na terra além dos mares, a narrativa reforça o objetivo do governo britânico de povoar a região, que no século XIX tinha uma proporção de 9 homens para cada mulher.

Livro Exílio e revista sobre a obra.

Mathinna

A terceira personagem desse livro é uma menina de sete anos chamada Mathinna, filha de um líder da comunidade aborígene Lowreenne, da Tasmânia. Ela acaba sendo adotada por um casal de britânicos que comandava a região. No caso desse exílio, a história dela é inspirada em fatos. A menina era muito inteligente, aprendeu inglês, francês, matemática, geografia, além de boas maneiras. Ela era apresentada como um troféu pelos britânicos que viviam lá, por terem lhe “civilizado”.

A palavra aborígene é usada para representar um grande número de populações e foi dada pelos europeus, e significa habitantes originais do país. Quando os britânicos chegaram, havia cerca de 300 mil aborígenes na Austrália, hoje há cerca de 880 mil aborígenes, o que representa um pouco mais de 3% da população total, de 25 milhões de pessoas.

Trecho do livro Exílio.

A autora

Christina Baker Kline nasceu em 1964 em Cambridge, na Inglaterra, e cresceu nos Estados Unidos. Baseada entre Nova York e Southwest Harbor, no estado do Maine, atua como escritora e editora.

Além de Exílio, sua produção inclui livros como Sweet Water (1993), Orphan Train (2013) e A Piece of the World (2017).

A autora Christina Baker Kline.

O kit da TAG Inéditos

O Kit de Março/2023 da TAG Inéditos é composto por:

1. Livro com brochura: o projeto foi desenvolvido a partir da pintura Sunrise Over the Reef, da artista norte-americana Jane Lawton Baldridge, cuja composição remete às noções de água, mar e viagem.

2. Box Colecionável; 

4. Revista sobre a obra; 

5. Mimo: é um objeto de decoração, cuja ilustração remete a um ex-libris, inscrição usada para registrar a propriedade de um livro.

Kit da TAG Inéditos.

Confira o nosso vídeo resenha

Em paralelo à história de Hazel que acaba por se cruzar com a de Mathinna, percebemos que mesmo que essas pessoas percam tudo o que elas tem, para os britânicos isso ainda não parece o suficiente. 

Então, mesmo em meio à crueldade retratada nesse enredo fabuloso, somos questionados também pela nossa passagem por esse mundo, principalmente por essas mulheres que foram arrancadas de sua terra natal e não tinham direito nem ao conhecimento que tinham. 

Uma história para encharcar os lencinhos, cheia de reviravoltas, mas não esperem por coisas agradáveis ao ler esse livro, porque isso pode decepcioná-los. Mas esperem pela visão feminina de uma história com um contexto histórico detalhado e com um desfecho inspirador.

E essa foi a resenha de Exílio, livro que foi uma viagem tensa para mim, com uma leitura instigante distribuída ao longo de 318 páginas e que, com certeza, se não te emocionar, vai te inspirar de alguma forma. Um livro que fala sobre amor, doação, perda e coragem.

Se você gostou dessa resenha, convido você a compartilhar esse post com todos os seus amigos! 

Eu fico por aqui,

mil beijos literários e até a próxima!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *