Sempre vale a pena sonhar. Desde pequena, eu queria ser escritora. E como todo sonho, só depende de você para se tornar realidade.
Hoje, compartilho um pouco da minha experiência literária, mas desta vez, não como leitora, mas como escritora. Sim, isso mesmo!
Mas, antes de chegarmos até essa parte da minha vida, tenho uma outra história para contar.
Uma leitora de 4 anos
Tudo sempre tem um começo. Sempre, e influências também. Digo isso, porque a minha jornada literária começou há muitos anos.
Quando eu tinha apenas 4 anos, vi minha mãe lendo na cabeceira da cama, um pequeno livro. Eu perguntei para ela o que era aquilo que ela estava olhando. Então ela me respondeu que era um livro. Eu, uma criança curiosa e intrometida, quis logo ler aquele livro também, mas ela sabia que eu não conseguia ler ainda.
Ao ver que fiquei muito triste com a situação, ela me disse, que assim que eu tivesse idade suficiente para ler, eu poderia ler quantos livros quisesse. Pois bem, foi assim que tudo começou.
Minha mãe não teve muitas condições de estudos, como eu tive. Mas nem por isso, ela deixou de me ensinar tudo o que sabia. E ela me ensinou a importância da leitura e o quanto isso mudaria a minha vida. Me faria pensar melhor, tomar as melhores decisões, ser mais inteligente (ainda peco muito nesse sentido), e acredito que ela estava certa.
Desde que aprendi a ler, me tornei uma ávida leitora. Vivia pelos cantos da biblioteca da escola, pegando livros emprestados, e quando eles não era suficientes (porque naquele tempo tínhamos uma limitação de livros para empréstimo) sobrava para as amigas emprestarem o que tinham.
Comprei meu primeiro livro somente com 18 anos, quando tinha idade suficiente para trabalhar e comprar coisas para mim. Mas não é sobre isso que quero falar. É sobre como a paixão pela leitura me trouxe até aqui. Bem, vamos lá!
Os rascunhos de uma máquina de escrever
Li diversos autores ao longo da minha vida. Incríveis, extraordinários, viajei tanto que lembro de quase todos os lugares que visitei pelas milhares de páginas lidas. Cada obra me ensinou um pouco do que eu poderia me tornar.
Quando a leitura não se tornava mais suficiente para acalmar meus anseios de adolescente, eu senti que estava na hora de buscar algo maior. Então, comecei a escrever. Literalmente, no sentido da palavra, escrever.
Eu tinha vários cadernos da escola com páginas em branco, e foi ali que comecei meus primeiros rascunhos. É claro que os primeiros eram histórias semelhantes do que já existia, então, eu continuei a me esforçar em fazer algo verdadeiramente meu.
Depois de algum tempo rascunhando meus manuscritos, meu pai apareceu em uma tarde, com uma máquina de escrever, já usada, que ele havia comprado de um colega de trabalho. Aquele dia foi incrível!
Eu queria já começar a usar, mas ainda não podia. Ela funcionava com fita, e eu teria que comprar logo, porque não aguentava de ansiedade. Depois que comecei a me adaptar à máquina e entender como ela funcionava (naquela época já existia computador, tá gente, mas não tínhamos condições de ter um ainda), comecei os meus primeiros rascunhos.
Meu pai deve ter se arrependido do presente, porque eu levei a máquina para o porão de casa, e lá ficava horas e horas digitando sem parar, enquanto ele tentava dormir. Minha mãe às vezes aparecia lá, para ver se estava tudo bem, porque eu não saía mais de lá.
Aliás, minha mãe foi a primeira pessoa a ler meus rascunhos. Depois disso, algumas colegas de aula ficaram sabendo que eu escrevia e queriam conhecer as histórias. E assim, os rascunhos passaram de mão em mão, dentro de uma sala de aula do ensino médio.
Até que aos meus 15 anos, eu escrevi uma história minha, de verdade. Digo isso, porque a essência foi criada por mim, e não teve influência de um livro famoso, por exemplo, naquela época.
Bem, chegou a hora de vocês conhecerem o primogênito.
A escritora de 15 anos
Mesmo com uma máquina de escrever, eu demorei um pouco para escrever algo de minha autoria. Eu era uma criança ainda, mal conhecia o mundo, nenhum adulto espera que alguém daquela idade escrevesse algo de verdadeiro valor. Nem eu mesma esperava.
Mas aconteceu. Eu pensei na luta do bem e do mal, e no que poderia acontecer na vida de duas pessoas que nunca se viram, se por acaso, os filhos delas simplesmente desaparecessem (magicamente) de suas vidas. Foi assim que criei minha primeira obra, que não está disponível para leitura, mas que prometo, algum dia terá seu momento certo para ressurgir das cinzas.
Eu a escrevi em apenas 6 meses. Depois disso, eu parei e escrevi outros esboços sem muito sentido.
Aos 17 anos, conheci um jovem que mudou a minha vida. Começamos a namorar, mas éramos muito jovens ainda e minhas inseguranças impediram que ele soubesse o que eu realmente gostava de fazer. Até que um dia, resolvi mostrar os rascunhos para ele.
Estávamos em 2011, tinha 19 anos, quando decidimos (sim, ele tomou a causa para ele) que modificaríamos um pouco alguns elementos da história (afinal, ela foi escrita quando eu tinha 15 anos) e tentaríamos publicá-la.
E foi assim que aconteceu. Não tínhamos computador na época, ficamos desempregados ao mesmo tempo, pagando aluguel, e íamos todos os dias em uma biblioteca pública da cidade, para transformar os rascunhos em arquivo digital.
Foram 6 longos meses. Nesse período, conseguimos emprego, mas isso foi postergando nossos planos de publicação. Precisávamos de mais tempo para fazer as alterações necessárias.
Alguns meses se passaram, e acabamos nos acidentando de carro. Um carro que não era nosso, era do pai do Emerson (o meu companheiro). Um acidente que nos deixou ilesos (eu trinquei a clavícula e tive que usar colete por alguns meses), mas que poderia ter nos tirado a vida.
Lembro de uma única coisa que pensei naquele momento: Não posso morrer sem ter feito o que eu queria fazer, não posso!
Enquanto fiquei afastada do meu trabalho, tive um pouco mais de tempo para me dedicar aos ajustes no livro. E foi assim que, em 2012, conseguimos marcar nossa participação na Feira do Livro, com a publicação de uma tiragem de 100 exemplares.
A editora era da cidade mesmo, e não contava com alguns serviços, como correção e revisão ortográfica e gramatical. Como não tínhamos muito dinheiro na época, conseguimos apenas custear as despesas de impressão, garantindo que ele fosse devidamente registrado com ISBN (International Standard Book Number, ou seja, Padrão Internacional de Numeração de Livro). Antes de submetê-lo à impressão, enviei uma cópia para registro da obra na Biblioteca Nacional, para garantir meus direitos autorais diante da obra.
A noite do lançamento foi incrível. Não imaginei que teria tanto apoio na minha vida. Familiares e amigos vieram prestigiar a grande noite. Vendemos mais da metade dos exemplares, ou seja, tivemos um pequeno lucro ainda.
Mas, é sobre outro livro que quero falar.
Uma longa jornada
Um andorinha só, não faz verão.
Sou muito adepta desse pensamento, porque comigo foi assim. Sim, eu escrevo, crio, imagino, mas nem tudo eu faço completamente sozinha.
Nos últimos 5 anos da minha vida, eu e o Emerson (sim, ele faz parte disso também) embarcamos em uma jornada. Uma longa jornada.
Essa obra não tem relação alguma com a primeira que foi “publicada”, mas segue a mesma linha de raciocínio que ela, porque é um traço que gosto de deixar como marca nas minhas obras.
Ela teve vários começos diferentes. O final, no entanto, continua o mesmo. Trabalhar em uma saga, que mal teve seu primeiro livro publicado, nos deixa ansiosos por saber como ela será recebida pelos seus leitores.
Mas confesso que abandonamos a obra várias vezes. Adiamos o máximo que conseguíamos. Por quê? Não sei exatamente essa resposta. Era, e é, complexo demais. É por isso que precisa de duas cabeças para pensar sobre ela.
Quando finalizamos os últimos ajustes na obra, estava na hora de encontrarmos uma editora. Ninguém publica de graça, ainda mais, os novos autores. Precisávamos de alguém que confiasse no nosso trabalho, que acreditasse nele. Até, que enfim, a encontramos.
A Editora Viseu abriu as portas para publicar novos autores. Foram 12 meses, desde então, de ajustes, revisão, diagramação, e agora, muitas páginas depois, a obra está pronta.
Então, convido você a embarcar nesta jornada.
A vida da Morte
Sinopse: Uma criança desaparece e a única evidência é que ela foi arrastada até o Submundo, para o desespero da sua guardiã. Sem entender o verdadeiro motivo do desaparecimento, ela procura ajuda de uma criatura muito importante no Intermediário, e assim, iniciam uma perigosa jornada ao Submundo. As respostas encontradas no caminho, no entanto, são ainda mais perigosas do que o destino que os espera.
Jornada ao Submundo é o primeiro livro da saga A Vida da Morte, e promete muitas aventuras e mistérios profundos sobre os personagens envolvidos. Nessa saga você será capaz de descobrir os segredos da criatura mais temida de toda a humanidade, enquanto embarca em uma guerra travada entre Princípio e Submundo. Mas, em algum momento dessa jornada perigosa, você terá que decidir, de que lado está.
Confira o teaser sobre a jornada que te espera:
Essa foi um pouco da minha trajetória como escritora, e quero dizer a todos vocês leitores e talvez, futuros escritores: nunca desistam de vocês.
Sempre haverão pedras no caminho e você sempre poderá removê-las. É um caminho difícil? Talvez. As coisas poderiam ter sido mais rápidas para mim se eu soubesse o método antes, mas como temos que correr atrás do que acreditamos, acabamos aprendendo o necessário no caminho. Não se importe com isso, e aprenda.
Se você quer escrever um livro, seja qual for o gênero dele, escreva. Não deixe para depois. Acredite, o tempo passa, e passa rápido. Antes de escrever para os outros, escreva para si mesmo. Foi assim que eu fiz. Era a minha história, com o que eu queria que acontecesse. As pessoas se identificaram e gostaram. E isso é uma consequência.
Espero que vocês tenham gostado desse artigo, então, se você conhece alguém que quer ser escritor, compartilhe esse post com ele. Quem sabe ele vira a “chavinha” que está na mente, e faça as coisas acontecerem.
Mil beijos literários e
Até a próxima!