A BIBLIOTECA DA MEIA-NOITE ┃ RESENHA

Nessa obra muito reflexiva, conhecemos Nora Seed, com sua infinidade de quases. Ela poderia ter tomado muitas decisões na vida, cada uma delas a levaria a um destino completamente diferente, no entanto, após ser notificada pelo seu vizinho que seu gato foi encontrado morto, ela não vê mais qualquer sentido na vida. 

Primeiro porque o dono da livraria onde trabalhava a demitiu. Segundo porque o irmão Joe, com quem não fala muito há anos por causa de um desentendimento que tiveram quando estavam em uma banda de rock.

Nora poderia ter sido musicista, nadadora, filósofa, esposa, viajante, glaciologista. Mas ela não continuaria essa história porque ela decidiu deixar essa vida. Ela tomou alguns comprimidos e uma garrafa de vinho. Enquanto esperava pela morte, escreveu um bilhete de despedida e deixou um recado no telefone do irmão. Depois, tudo ficou escuro.

Na biblioteca, ela encontra a senhora Elm, a bibliotecária com quem tinha afinidade quando era criança. A senhora Elm lhe explica que o lugar onde está é uma biblioteca, e todos os livros tem a mesma cor, nesse caso são verdes, e em cada um deles ela tem uma história diferente. Quando ela abre qualquer livro e começa a ler, imediatamente ela atravessa esse portal e vai parar onde estaria naquele momento caso tivesse tomado determinada decisão.

A senhora Elm lhe mostra o livro dos arrependimentos, no qual estão listadas todas as coisas que fazem de Nora uma pessoa tão triste com a vida. 

É assim que ela descobre como teria sido a sua vida caso seguisse a vontade de seu pai, que era torná-la uma nadadora olímpica, se tornando uma celebridade e referência mundial. Mas mesmo com todos esses pontos positivos, algumas coisas não a deixavam feliz nessa vida, o que a fez retornar para a biblioteca da meia-noite.

Ela também experimentou como teria sido a sua vida, caso tivesse continuado na banda de rock de seu irmão. Ela teria se tornado uma grande celebridade, se envolvido em problemas, mas tendo as melhores músicas e muitos fãs. Nessa vida, seu irmão Joe estaria morto. Então ela retorna para a biblioteca.

Quando era criança, ela queria ser glaciologista. Foi isso o que ela disse a senhora Elm. Talvez nessa vida ela estaria com a sua amiga Yzzi. Ela encontra a aventura e é uma grande estudiosa do setor. Ela conhece um rapaz chamado Hugo que acaba lhe contando que ele também transita entre as vidas que ele poderia ter. Falou inclusive, que eles já tinham sido casados em outras vidas. Nora fica interessada nele, e ele conta que conheceu uma estudiosa de física quântica que lhe explicou o fenômeno pelo qual estão passando. 

Nesse momento Nora busca compreender muitas coisas, inclusive, que ela não deveria estar ali.

Depois de passar por várias experiências de vidas boas e ruins, ela vai para uma vida onde teria aceitado o convite de um médico cirurgião chamado Ash. Ela descobre que nessa vida ela é muito feliz, dá aulas de filosofia na universidade, tem muito dinheiro e uma filha pequena que lhe desperta o desejo de ser mãe, algo que até então ela não tinha.

Mas ao passo que ela descobre o quanto essa vida é boa, Nora percebe que ela é uma farsa. Ela não viveu todas as experiências necessárias para estar ali, e por isso o sentimento de não pertencer aquele lugar se torna cada vez mais insuportável, mesmo tendo uma vida feliz. Nora sabe que se sair daquela vida, ela não pode mais voltar. 

Quando Nora volta para a biblioteca, ela se sente frustrada. A vida com Ash era ótima, a melhor escolha que poderia ter feito, mas não poderia ter ficado lá. Precisava estar lá de verdade.

Nora ainda experimenta outras vidas diferentes, mas sempre retorna para a biblioteca, até que ocorre uma pane no sistema e muda todos os seus planos e os da senhora Elm.

Eu vou parar por aqui, porque já dei muitos spoilers.