Jama, o menino mamba-negra, tem sua vida marcada pelo deslocamento forçado, em um país permeado pela guerra, pela fome e pelo caos. As necessidades físicas e também emocionais, se tornam mais do que uma questão de sobrevivência.
Ele precisa descobrir quem ele é, antes que seja tarde.
O MENINO MAMBA-NEGRA
Jama, um garoto de apenas dez anos que mora em Áden, no Iémen em 1935. Ele é criado pela mãe, na ausência de seu pai. Mas a sua mãe vem a falecer por moléstia, e ele se vê sozinho no mundo.
Nesse momento, Jama se vê obrigado a procurar seu pai, cujo a imagem ele desconhece, e segue para a Somália, que é a terra natal de seus ancestrais nômades, e assim, ele cruza o Mar Vermelho.
Enquanto embarca nessa viagem cheia de perigos, há as forças italianas controlando a África Oriental, com preparativos para uma batalha. Mas o garoto não quer saber, ele precisa encontrar o pai e não vai descansar até descobrir se ele está vivo em algum lugar do Sudão.
Ele parte em busca de suas respostas em direção ao Djibouti, e depois para a Eritreia, onde é informado que seu pai faleceu a caminho de encontrá-lo. O menino fica devastado com a notícia, e mais uma vez, se sente sozinho no mundo.
Sem saber o que fazer, nem para onde ir, ele decide ficar por ali mesmo, onde passa alguns anos de sua vida, trabalhando para guardar dinheiro e chegar até o Egito, que dizem ser uma terra cheia de oportunidades.
QUEM É BETHLEHEM
A guerra continua devastando os locais por onde Jama passa, mas ele se mantém firme e lutando para ter o seu melhor.
Até que ele conhece Bethlehem, uma pastora de cabras, fazendeira e atendente de loja, e eles se apaixonaram. Ele lhe conta seus sonhos e sua vontade de ter uma fazenda. Nesse momento, Jama tem alguns trocados e pode pagar por um pedaço de terra onde plantar.
Mesmo depois de muito trabalho árduo, sua plantação é devastada pelos insetos. Ele teria que recomeçar. Desiludido com seus negócios, mas decidido a se casar com Bethelehem, ele se vê obrigado a ir atrás de dinheiro para poder sustentá-la. É então que ele decide ir para o Egito para conseguir dinheiro.
Mas sua namorada fica desesperada por perdê-lo e eles se casam às pressas. Mesmo assim, ele parte para o Egito em busca de melhorar sua vida financeira. Lá, ainda o cenário é de guerra, mas precisam de muita mão de obra.
Como ele aprende rápido o que precisa ser feito, ele passa um ano fora de casa, juntando cada centavo que podia, até perder tudo em um parque de diversões que conhecera por acaso. Naquele momento, Jama tinha quase todo o valor que precisava para voltar para casa.
Antes que ele pudesse embarcar em outro navio para ganhar mais um salário e ficar mais dois meses distante, um primo aparece e lhe dá a notícia de que sua esposa deu à luz a um menino e precisa que ele volte para casa. Só então ele percebe que ele não quer ser o pai que ele teve e toma uma decisão.
A AUTORA
Nadifa Mohamed nasceu em 1981 em Hargeisa , Somalilândia.
O seu primeiro romance, Menino mamba-negra (2010), descrito no The Guardian como “um livro significativo e comovente dos despossuídos”, é um relato semibiográfico da vida de seu pai no Iêmen nas décadas de 1930 e 40, durante o período colonial.
Ela disse que “o romance nasceu do desejo de aprender mais sobre minhas raízes, de elucidar a história da Somália para um público mais amplo e de contar uma história que eu achei fascinante”.
O livro ganhou o prêmio Betty Trask de 2010, e foi indicado a vários prêmios, incluindo o Prêmio Guardian Primeiro Livro de 2010, o Prêmio Dylan Thomas de 2010, e o Prêmio John Llewellyn Rhys de 2010. Também foi listado por longo tempo para o Prêmio Laranja de Ficção de 2010.
O KIT DA TAG INÉDITOS
O Kit de Novembro da TAG Inéditos é composto por:
1. Livro com brochura: na capa, encontramos o personagem principal, Jama, em um fundo em tons de laranja que simboliza o calor presente em toda a narrativa. O menino é representado com seu rosto atravessado por um contorno sinuoso fazendo referência à cobra mamba-negra, elemento importante para a história e que nomeia a obra.
2. Box Colecionável: A luva foi criada a partir de padronagens de tecidos utilizados pela cultura somali e a revista também rememora a mamba-negra, porém sem evocá-la diretamente, utilizando apenas de suas escamas para criar um padrão.
3. Marcador de Páginas;
4. Revista sobre a obra;
5. Mimo: A TAG trouxe livro em dobro! O mimo do mês é o fechamento perfeito do kit, construído para homenagear a autoria negra. Escritos negros: textos contemporâneos reúne reflexões de grandes nomes da atualidade como Jeferson Tenório, Teresa Cárdenas e da própria autora do mês, Nadifa Mohamed, em uma edição exclusiva e inédita.
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O desfecho da história não tem propriamente um final feliz, mas uma possibilidade de esperança.
Esperança essa, de que os dias sejam melhores, que ele reencontre sua esposa e conheça seu filho. Esperança de que ele consiga desfrutar da verdadeira riqueza, que é o amor de quem nos ama e de um lugar para voltar.
Eu, particularmente adoro romances históricos, mas esse livro quase não me despertou muito. Explico o porquê. A narrativa é bem densa, quase não há diálogos, o que retarda a fluidez que precisaríamos para absorver o conteúdo.
Além disso, o livro não conta com um glossário para interpretarmos melhor os diálogos somalis, então ficamos um pouco perdidos quanto a isso. O livro conta com 284 páginas e, apesar das minhas considerações, ele é bem escrito.
Infelizmente, não me senti tão conectada quanto gostaria, mas mesmo assim, ele é um bom livro. Mas como eu sempre digo, é bom ler e tirar suas próprias conclusões. Um ponto positivo, é que ele retrata a Segunda Guerra Mundial vista pelo outro lado, o lado das pessoas que viviam na África em meio à guerra, a fome e ao caos.
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Eu fico por aqui,
mil beijos literários e até a próxima!