No dia 21 de junho celebramos 183 anos de Machado de Assis, um dos maiores nomes da literatura brasileira. O escritor que fundou a Academia Brasileira de Letras, seus contos e romances escritos no final do século XIX, descrevem e analisam a sociedade focado no desenvolvimento de uma elite nacional e as raízes escravocratas que permeiam as relações sociais e políticas desde o processo de formação do Brasil República.
As suas obras, até então influenciadas pelo romantismo e com personagens masculinos que pertencem à classe dominante, são deixadas de lado. É dessa forma que Machado consegue fazer uma crítica mais radical quanto à organização social, uma vez que demonstra profundamente as contradições daqueles que mantém a sociedade como ela é.
Introdução
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro. O maior escritor de todos os tempos, escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista e crítico literário.
Machado foi testemunha da Abolição da Escravatura e acompanhou a mudança política no país quando a República substituiu o Império, entre outras reviravoltas pelo mundo no final do século XIX e início do XX, através dos quais foi um grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época.
Carreira
Machado é considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881).
Sua obra foi de extrema importância para as escolas literárias brasileiras do século XIX e XX, e nos dias atuais ainda é muito utilizada com cunho acadêmico e público para entender o Brasil e o mundo.
Machado de Assis influenciou grandes nomes das letras, como Olavo Bilac, Lima Barreto, Drummond de Andrade, John Barth, Donald Barthelme e muitos outros. Ainda em vida, alcançou fama e prestígio pelo Brasil e pelos países vizinhos.
Ele foi incluído na lista oficial dos Heróis Nacionais do Brasil e é homenageado pelo principal prêmio literário brasileiro, o Prêmio Machado de Assis.
A Academia Brasileira de Letras
inspirados na Academia Francesa, Medeiros e Albuquerque, Lúcio de Mendonça, e o grupo de intelectuais da Revista Brasileira idealizaram e fundaram, em 1897, junto ao entusiasmado e apoiador Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras, com o objetivo de cultuar a cultura brasileira e, principalmente, a literatura nacional.
Machado de Assis foi eleito o primeiro presidente da Academia logo que ela se instalou, no dia 28 de janeiro do mesmo ano.
Em 1901, foi criada a “Panelinha” para a realização de festivos ágapes e encontros de escritores e artistas. A expressão panelinha foi inventada por causa desses encontros, onde os convidados eram servidos em uma panela de prata, motivo pelo qual o grupo passou a ser conhecido como Panelinha de Prata.
Machado se dedicou ao cargo de presidente da Academia durante 10 anos, até a sua morte. Como homenagem informal, ela passou a ser chamada de “Casa de Machado de Assis”.
Atualmente, a Academia abriga coleções de Olavo Bilac e Manuel Bandeira, e uma sala chamada de Espaço Machado de Assis, em homenagem ao autor, dedicada exclusivamente à sua vida e obra, nas quais estão guardados os seus objetos pessoais.
Obras
Em 29 de setembro de 1908, na casa de Cosme Velho, Machado de Assis morre aos sessenta e nove anos de idade com uma úlcera cancerosa na boca.
Mas a sua obra será eterna.
A extensa obra de Machado de Assis é constituída de dez romances, 205 contos, dez peças teatrais, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de seiscentas crônicas.
Romances:
Ressurreição (1872);
A mão e a luva (1874);
Helena (1876);
Iaiá Garcia (1878);
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881);
Casa Velha (1885);
Quincas Borba (1891);
Dom Casmurro (1899);
Esaú e Jacó (1904);
Memorial de Aires (1908);
Coletânea de Poesias:
Crisálidas (1864);
Falenas (1870);
Americanas (1875);
Ocidentais (1901);
Poesias Completas (1901);
Coletânea de contos:
Contos Fluminenses (1870);
Histórias da Meia-Noite (1873);
Papéis Avulsos (1882);
Histórias sem Data (1884);
Várias Histórias (1896);
Páginas Recolhidas (1899);
Relíquias de Casa Velha (1906).
Conclusão
Além disso tudo, a obra de Machado de Assis é de fundamental importância para a análise das transições políticas no Brasil e da sociedade do Rio de Janeiro do século XIX e XX, desde sua moda, transportes, arquiteturas e agitações financeiras.
Sua obra (não só romances, mas também as crônicas) exerce um papel importante para o conhecimento do Segundo Reinado no Brasil e inícios da República.
Do ponto de vista universal, a genialidade de Machado é vista como resultado de razões consistentes por demonstrar que seu trabalho não encontrou precedentes e, mesmo depois de mais de um século de intensa produção artística no Brasil, são obras citadas como as mais relevantes e mais geniais da classe literária do país.
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Eu fico por aqui,
mil beijos literários e até a próxima!