Dickens desfrutou de uma grande popularidade durante sua vida, maior do que qualquer outro escritor. Suas obras apelavam do simples ao sofisticado, do pobre à rainha, aos desenvolvimentos tecnológicos, bem como as qualidades de seu trabalho. Esses fatores foram cruciais para que sua fama se espalhasse rapidamente pelo mundo.
Sua longa carreira teve oscilações tanto na recepção quanto nas vendas de romances individuais, mas nenhum deles foi desprezado ou desconsiderado e, embora ainda seja admirado por aspectos e fases de sua obra, que receberam menos notoriedade por causa de seus contemporâneos, sua popularidade nunca cessou.
Dickens contribuiu em grande parte para a introdução da crítica social na literatura de ficção inglesa. O alcance, a compaixão e a inteligência de sua abordagem da sociedade e suas deficiências, enriqueceram seus romances e fizeram dele uma das grandes forças da literatura do século XIX e um grande influenciador da consciência de sua época.
Quem foi Charles Dickens
Charles John Huffam Dickens nasceu em 7 de fevereiro de 1812, em Portsmouth, Hampshire, na Inglaterra. Ele faleceu em 9 de junho de 1870, Gad’s Hill, perto de Chatham, Kent.
O filho de Elizabeth Barrow e de John Dickens foi considerado o romancista inglês mais consagrado da Era Vitoriana. Seus muitos volumes incluem obras como A Christmas Carol (“Canção de Natal”, “Um conto de Natal” ou “Um cântico de Natal”) , David Copperfield , Bleak House (“A Casa Abandonada”, “Casa desolada” ou “Casa sombria”), A Tale of Two Cities (“Um conto de duas cidades”), Great Expectations (“Grandes Esperanças”) e Our Mutual Friend .
O pai de Dickens era escriturário da Tesouraria da Marinha na cidade de Portsmouth, mas infelizmente, vivia de empréstimos sem conseguir pagá-los. Em 1822, resolveu fugir para Londres, levando toda a família à bordo.
A família foi então morar em um sótão de uma rua pobre de Londres, em 1924, e nesse momento, o pai de Charles é preso por dívidas. Aos 12 anos, ele passa a trabalhar numa fábrica de graxa, onde permanece por vários meses.
Charles só retorna para a escola (e sai do seu ofício forçado) após a morte de sua avó, que deixa uma herança para seu pai, com a qual ele consegue pagar as dívidas e reconquistar a sua liberdade.
Ele volta a estudar e entra na Wellington House Academy, mas logo, abandona a escola para arrumar um novo emprego.
Em 1827 emprega-se como aprendiz na casa de um procurador judicial. Aos 20 anos, estenógrafo diplomado, ele entra para o jornal True Sun, para relatar reuniões parlamentares e campanhas eleitorais.
Em 1831, ele consegue um emprego como repórter parlamentar. Viajando pelas províncias inglesas, Charles se divertia anotando episódios pitorescos.
Em 1833, ele envia uma pequena crônica para o Monthly Magazine, mas sem sua assinatura. Um mês mais tarde, ele percebe que seu texto havia sido publicado e lido por muita gente.
O sucesso o levou a redigir uma série de crônicas em linguagem leve e fácil, narrando fatos reais e fictícios da classe média londrina.
Para isso, utilizava o pseudônimo de “Boz”, no Morning Chronicle, que era o jornal londrino de maior circulação. Em 1835, publica “Esboço de Boz”, em dois volumes.
Obra-prima – David Copperfield
Em Londres, 1850, Charles Dickens publica uma quase autobiografia.
O livro mostra uma poderosa experiência humana, e mais uma vez combate as instituições inglesas: o mau tratamento dispensado às crianças nas escolas, as condições dos operários e a humilhação do encarceramento por dívidas.
Muitas pessoas que marcaram a vida do autor estão presentes no romance.
Nesta obra, acompanhamos a jornada do herói, nascido na Inglaterra dos anos 1820: órfão de pai desde o nascimento, David Copperfield pertence à imensa massa de desfavorecidos que a literatura do século XIX, pela primeira vez, presenteou com o protagonismo.
Grandes Esperanças
O livro, publicado em 1860, conta a história de desilusão e redenção pessoal de Philip Pirrip ou só “Pip”.
Originalmente escrita em folhetim, e depois publicada em três volumes. A obra teve adaptação para a TV e para o cinema.
O livro mostra Dickens no auge da forma, produzindo uma história de desilusão que mais tarde seria saudada por autores como George Bernard Shaw e G. K. Chesterton pela perfeição narrativa.
A grande característica de Grandes esperanças é ser uma história de redenção moral do protagonista, Pip, um órfão criado rigidamente pela irmã num lar humilde e disfuncional, que, após herdar inesperadamente uma fortuna, rejeita a família e os amigos por se envergonhar da própria origem.
No começo conhecemos o infortúnio de Pip, o narrador que vive aterrorizado pela irmã mais velha que, após a morte dos pais, o criou “com a mão de ferro”, bordão para a maneira rígida e por vezes violenta com que trata o filho de criação e também o marido, o ferreiro Joe Gargery.
Sua vida começa a mudar com o inesperado convite para que passe a visitar Miss Havisham, uma mulher rica da aldeia, e seja companhia de sua filha adotiva, Estella. Pip imediatamente tem uma queda pela garota, sentimento que se transformará em amor durante a vida adulta e o conduzirá à imoralidade.
A vida de Pip sofre uma reviravolta ainda maior quando, já se preparando para o ofício de ferreiro, recebe a visita de um advogado, que anuncia que o jovem é herdeiro de uma fortuna. Após abandonar a família para viver em Londres, Pip passa a desprezar a sua vida anterior, tentando tornar-se digno de se casar com Estella, que, no entanto, não se interessa por seus sentimentos.
Um conto de Natal
Scrooge trabalha em um escritório em Londres com o seu empregado Bob Cratchit, pai de três filhos e do pequeno Tim, que tem problemas nas penas. Na véspera do Natal, enquanto todos preparavam-se para a celebração, Scrooge, um homen avarento que domina o Natal, não via razão para tanta alegria.
Até que recebe a vista do fantasma do seu falecido sócio, que se arrependeu de não ter sido bom e nem generoso em vida e acha que Scrooge tem uma chance. Segundo o fantasma, Scrooge receberá a visita de três fantasmas, que o levarão a uma viagem pelo presente, passado e futuro, para tentar salvá-lo enquanto é tempo.
As aventuras do Sr. Pickwick
A obra constitui um marco na carreira do escritor Charles Dickens, que conseguiu êxito literário e reconhecimento popular a partir da publicação do livro.
A obra narra as aventuras do grupo de estudo do Clube Pickwick, composto pelo líder Sr. Pickwick e seus três pupilos: O Sr. Tupman, o Sr. Snodgrass e o Sr. Winkle, que têm como função, financiada pelo clube, viajar pela Inglaterra (com particular enfoque no interior do país) observando descobertas científicas e analisando as diversas variedades do comportamento humano.
O Legado
A popularidade de Dickens pouco decresceu desde a sua morte. Ele continua sendo um dos autores ingleses mais lidos e apreciados. Pelo menos, cerca de 180 filmes e adaptações para televisão das suas obras documentam ainda o seu sucesso entre o público atual.
O seu conto “Canção de Natal” é talvez a sua história mais conhecida. As adaptações são inúmeras, para quase todos os gêneros de comunicação: cinema, televisão, teatro, adaptações literárias, etc., criam um fenômeno de popularidade que transcende a obra original. Para alguns, esta história, patética, moralista e bem humorada, resume o verdadeiro significado do Natal, eclipsando todas as outras histórias de Dickens sobre o tema.
A Era Vitoriana poderia facilmente ser chamada de Era Dickensiana, se analisarmos a forma como foi descrita por este escritor. Após a sua morte, em 1870, a literatura inglesa tornou-se muito mais realista, talvez em reação à tendência de Dickens para o picaresco e o ridículo. Outros romancistas da Era Vitoriana que o seguiram, como Samuel Butler, Thomas Hardy ou George Gissing, mostraram-se claramente influenciados por Dickens, ainda que a sua escrita seja mais sóbria e menos melodramática.
Dickens continua, contudo, a ser um dos mais geniais criadores da literatura mundial de todos os tempos, sendo dificilmente superado na popularidade e acessibilidade da sua escrita.
Charles Dickens faleceu em consequência de um acidente vascular cerebral, em Higham, Inglaterra, em 09 de junho de 1870. O corpo foi sepultado na Abadia de Westminster.
Encontra-se escrito em sua lápide: “Apoiante dos pobres, dos que sofrem e dos oprimidos, com sua morte, um dos maiores escritores da Inglaterra desapareceria para o mundo”. A casa em que morou foi transformada em museu.
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Mil beijos literários e
Até a próxima!
Muito boa a narrativa da vida e obra de Dickens. Me motivou a ler mais sobre o autor.
Mario Faro
mariofaro31@hotmail.com