Acredito em roteiros, em planejamento, em organização. Essas coisas, naturalmente, facilitam os processos e mantêm a ordem. Facilitam a vida, de um modo geral.
Mas… e se tudo aquilo que foi planejado precisasse, de repente, ser alterado de última hora?
O que fazer?
Dá uma agonia só de imaginar, não é?
Pois bem: por mais que seja possível deixar tudo sempre alinhado, é preciso lembrar que não estamos no controle de tudo.
Um encontro marcado pode precisar ser adiado.
Um acidente de trânsito pode provocar atraso no trabalho.
Uma encomenda que deveria chegar hoje pode ter a entrega adiada.
Uma videochamada pode precisar ser reagendada por falta de luz ou de internet…
São infinitas as possibilidades de mudança, causadas por fatores que simplesmente não dependem de nós.
Mas como lidamos com isso?
Por mais difícil que seja enfrentar determinadas situações — às vezes piores do que os exemplos que citei —, uma boa saída é buscar fazer aquilo que está ao nosso alcance.
Lidar com a frustração é a primeira parte desse processo delicado. Tendemos a reclamar do que deu errado e a focar apenas no problema. Mas, mesmo sem poder mudar o que está acontecendo fora de nós, ainda podemos cuidar do que acontece dentro de nós.
É aqui que entra o tal “fazer o que é possível”.
O que é possível fazer em determinada situação? Sofrer com a ansiedade por não conseguir cumprir algo vai ajudar a resolver o problema? Sentir raiva vai melhorar a situação? Acredito que, em ambos os casos, a resposta seja “não”.
É preciso compreender que as coisas não dependem apenas de nós… mas, de algum modo, também dependem.
O exercício que mais tenho utilizado para “fazer o que é possível” é ponderar qual é a melhor forma de lidar com cada situação.
O sofrimento pode até ser inevitável, mas, quando o reconheço, ele perde força e para de me controlar.
E, quando isso acontece, percebo que posso ser maior do que o problema gerado. É nesse momento que começo a avaliar outras formas de lidar com aquele desconforto.
A vida pode ser mais leve se aprendermos a olhar as coisas por outra perspectiva. Aproveitar o tempo em que “as coisas dão errado” pode ser tão oportuno quanto se tudo tivesse dado certo.
A escolha é sua.
Então, faça o que é possível.