Tenho por hábito parar para observar.
Sim, isso mesmo: ficar parada no meio do nada, apenas observando o que acontece ao meu redor.
Parece estranho, eu sei.
Mais estranho ainda é quando você percebe que o tempo está passando, mas, de algum modo, parece que está parado.
Mas como ele pode estar parado se continua passando?
É uma pergunta difícil de responder, mas tentarei.
Sabe quando você está apreciando algo de forma tão intensa que se esquece do resto do mundo?
Você percebe o som sutil do vento, o calor de um dia ensolarado, o chão sob os pés. De repente, ouve o coração batendo, o sangue circulando pelo corpo, o ar entrando e saindo lentamente dos pulmões…
É assim que o tempo para, sem de fato parar.
Quando percebo que isso acontece, sinto vontade de guardar aquele momento precioso em um cofrinho da memória, só para poder revisitá-lo de vez em quando.
Quantas vezes você quis apenas contemplar um belo pôr do sol? Ou ficar para sempre dentro de um abraço? Ou passar mais tempo conversando com aquela pessoa especial?
O tempo tem esse poder mágico de fazer as coisas serem eternas mesmo quando ele está passando.
Então, pegue carona com ele e procure guardar consigo a beleza de cada momento.
Afinal, você só percebe o quão poderoso isso é quando entende que o tempo que passou não volta mais.
Então, aproveite a viagem.
Indicação de leitura:
Um ensaio moral que traz poderosas reflexões acerca da morte, da natureza humana e da arte de viver. Tido como um dos mais consagrados textos da filosofia estoica, foi estruturado em forma de cartas dirigidas a Paulino e reúne, de maneira breve e assertiva, as ideias e os questionamentos de um dos mais célebres intelectuais de sua época em uma busca incessante por viver a vida da melhor forma possível. Seus princípios de sabedoria, embora escritos há mais de dois mil anos, continuam proporcionando grandes lições na atualidade.