É importante saber que o nome tem um significado e que ele diz muito sobre quem somos.
Cada nome tem sua origem em uma determinada língua, possui variações e possíveis adaptações. Por esse motivo, eles carregam o poder daqueles que vieram antes de nós, da nossa ancestralidade.
Podemos explorar essa origem através da etimologia. É interessante fazer esse tipo de pesquisa porque ela nos conduz a diferentes lugares e culturas. Sendo assim, recorro ao meu próprio nome para ilustrar meu pensamento. O nome Bárbara deriva do termo grego barbaros, que significa “estrangeiro” ou “não grego”, atribuído àqueles que não pertenciam ao mundo grego e que, portanto, eram considerados estrangeiros — e até selvagens —, impiedosos, opositores às regras, cuja língua era incompreensível.
Curiosamente, minha infância foi marcada por mudanças abruptas de uma cidade para outra e, por isso, eu quase não tinha amigos. Todas as vezes em que precisava me apresentar para os colegas de sala de aula, era vista como a estrangeira: aquela que vinha de fora, de uma cidade cujo nome eles nem sabiam. Eu amava aprender, mas detestava ir à escola. Acabei crescendo meio avessas às regras, e talvez eu continue até hoje.
Confesso que me sentia intimidada e, muitas vezes, constrangida por ter de fazer isso na frente de todos. Para uma criança tímida — embora travessa nas horas vagas — não era uma tarefa fácil.
Cresci ouvindo meu nome sendo pronunciado por várias bocas, mas em tons diferentes: havia os que tentavam me intimidar, os que buscavam me corrigir, os que raramente me elogiavam, os que me chamavam de esquisita. E havia o meu, sempre baixo, como se buscasse se esconder para não ser ouvido.
Com o tempo, aprendi a lidar com meu nome e a não vê-lo de forma negativa. Em alguns momentos, ele soava como um elogio, como se eu tivesse realmente realizado algo digno de aplausos. Foi nesse momento que aprendi a pronunciar meu próprio nome sem medo de constrangimento, sem medo de ser vista. Aprendi a gostar dele tal como é, e sei que a essência da minha personalidade é por ele reforçada.
Contudo, muitas vezes, não gostamos do nome que recebemos, preferindo ser chamados pelo segundo nome ou, quem sabe, por um apelido.
Aprendi, com a sabedoria de minha mãe, que jamais deveria usar apelido, com uma frase que ainda ressoa em mim:
“Nunca permita que diminuam quem você é.”
Não acredito que um apelido reduza o poder pessoal de alguém — afinal, ele pode ser também uma demonstração de afeto. Mas considero que isso pode, sim, interferir no modo como nos posicionamos diante da vida.
Percebo que, quando pronunciamos nosso nome — independentemente de achá-lo bonito ou não — estamos assumindo nossa posição de empoderamento e nos abrindo ao verdadeiro poder que ele carrega.
E, para acabar de vez com qualquer tipo de preconceito, convido você a pesquisar sobre o significado e a origem do seu nome. Pode ser que descubra mais sobre si mesmo do que imagina.
E, quando descobrir o verdadeiro significado, lembre-se que podem existir várias pessoas no mundo com o mesmo nome que você, mas nenhuma terá a essência que só você tem. É ela que recorda quem somos de verdade e o que podemos realizar de melhor através dela.
Então, como sugere uma expressão popular:
Vai lá e faz teu nome!