“Inquietação constante
Parece não ter fim
Um coração pulsando
Resguardando a força que há em mim.”
Esse é o início da música “Até o Fim”, da banda Trovão, mas poderia muito bem falar de algo que atinge milhões de pessoas no Brasil e no mundo: uma patologia que necessita de tratamento sério, com terapia e, muitas vezes, medicação prescrita por um profissional. É a tal da ansiedade!
A segunda parte da letra fala sobre algo comum entre pessoas com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): tremores, falta de ar e sensação de medo. A pessoa em crise tem dificuldades para respirar, entra em um pânico absurdo e, frequentemente, precisa ir ao hospital com urgência, pois é algo que a incapacita para qualquer atividade laboral.
A ansiedade sufoca e, como diz a música, é necessário lutar para se manter em pé (aqui, tomando a liberdade de parafrasear). É extremamente cansativo quando se tem TAG não tratado. As crises tornam-se cada vez mais intensas e, gradativamente, o indivíduo precisa lutar para não ser engolido. É uma luta constante e diária, porque, mesmo com todo o tratamento sendo seguido à risca, os sintomas ainda aparecem e causam impacto — embora, com um bom acompanhamento, sejam bem reduzidos.
Fazendo um adendo: a parte instrumental está excelente. Um heavy metal clássico, tradicional e sem rodeios, que é muito bom de ouvir. Somado a uma letra com um tema de grande relevância, temos uma música completa — uma sonzeira que vale muito a pena escutar, especialmente para quem gosta de um som de qualidade.
Por fim, quero parabenizar a banda Trovão pela atitude. Falar sobre saúde mental, infelizmente, ainda é um tabu gigantesco (principalmente entre os homens). E, sabendo que o metal ainda é um meio predominantemente masculino, a banda toca em uma ferida de muitas pessoas: as doenças psicológicas não tratadas (pelo menos, essa é a minha interpretação). A música claramente fala sobre um TAG não tratado e é um manifesto em prol do cuidado com a saúde mental, para que, caso os sintomas apareçam, busquemos ajuda o quanto antes.
Já é sufocante ouvir sobre tremores, dificuldades para respirar, a respeito de algo que te afoga — tudo isso é agoniante. Então, digo-lhes: sentir essas coisas é ainda pior. Por isso, considero esse som muito importante, uma vez que ajuda as pessoas a tomarem consciência desse mal que as aflige e a procurarem auxílio.











